terça-feira, 17 de agosto de 2010

quanto tempo você ainda tem?


Tô morta, muito cansada, psicologicamente exausta e fisicamente também. Se eu tô feliz? Claro! Tô fazendo o que eu gosto e, confesso, me entrego sem medidas, pois a medida é a perfeição e nunca está bom o suficiente... Bem, o que eu gostaria de comentar, tem a ver, na verdade, com vida, com idade, com sonhos, com tempo. O que a gente sonha, o que a gente quer? Pelo que a gente luta? Por quem a gente luta? Hoje, durante uma experiência de contato superficial com idosos, percebi que nós, jovens, não conseguimos vislumbrar 10 anos à frente de maneira realista, sem fantasiar, sem submeter a previsão aos nossos sonhos. E eu falo isso por mim. Porque quando eu olhei praqueles velhinhos, debilitados, fracos e carentes de todo tipo de cuidado, eu sofri, eu senti coisas estranhas, coisas tristes e isso me levou a questionar: quem eram essas pessoas? o que elas queriam ser quando crescessem? Como elas se imaginavam em 50 anos? O que elas sentem? O que elas pensaram quando eram jovens ao ver pessoas como elas atualmente? Eu me bombardeei e me pus na berlinda. Como eu me imagino no futuro? Será que eu vou realizar meus planos,será que eu vou ser feliz, será que eu vou ter filhos, será que eu vou ter uma velhice saudável e tranquila? Será que eu vou amar e ser amada? E em meio a tantos serás e eu me peguei assustada e totalmente despreparada pras respostas a estas perguntas. Eu na verdade não preciso tê-las. De repente eu até gostaria de poder prever o futuro e me tranquilizar com o diagnóstico precoce, mas será que isso realmente importa? Será que mudaria alguma coisa eu saber como tudo isso vai acabar? E aí vão maaais perguntas que não podem ser respondidas. E aí eu me concedo o benefício da dúvida, eu me dou a chance de lutar pelo que eu acredito sem a certeza de que isso vai ou não render os frutos que eu sonho colher. E isso é LINDO. Não saber é lindo. Não entender, não descobrir e simplesmente viver um dia atrás do outro regando-os a sonhos e planos impossíveis, sem saber ao certo o que nos espera é lindo. E assim a gente vai levando, trilhando o lindo caminho da incerteza, rumo a um fim que a gente não sabe bem aonde vai dar, mas que está lá, nos lembrando que todo o tempo não é tempo demais e que nós somos meros seguidores das leis da natureza - nascemos, crescemos e envelhecemos.

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